I TM 4:116

Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. 1 TM 4:16

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Os novos mestres e doutores.

    

Há alguns anos atrás, confesso, não sabia sequer qual era a Convenção a qual a minha congregação pertencia, talvez por achar desnecessário, até porque de forma alguma priorizo a hierarquização eclesiástica e sim o respeito mútuo independente de ministério ou cargo exercido. Da mesma forma que acho desperdício de recursos que deveriam ser canalizados para alcançar vidas ao invés de pagar altos salários a detentores de títulos, tais como "Pr. Presidente de Convenção, da União, da Liga etc, seja nacional, regional ou estadual". Cabe salientar que estou falando de um modo geral e não desta ou aquela denominação.
      Até que um dia alguém me perguntou a que convenção pertencia e procurei me informar a respeito, já que eu não fazia idéia, e  pesquisando descobri várias convenções pra cada denominação, e até achei estranho já que pregamos união, porquê tanta divisão? Nas minhas pesquisas achei um texto um tanto interessante, mas prefiro me ater a somente a transcrever sem opinar, pois embora não concorde com tudo, respeito o ponto de vista do autor que acredito ser um instrumento nas mãos de Deus.

Pr. José Laérton

A sede do saber é algo elogiável, desde que, entenda-se sabedoria, como a capacidade intelectual/espiritual de ver a vida do ponto de vista de Deus ou da suficiência bíblica. Então, buscar sabedoria é o mais digno entre os alvos da vida. Muitos investem tudo que têm em cursos de pósgraduação para serem e conseguirem títulos de “mestres” e “doutores”. Nada contra tais iniciativas e projetos de vida. Creio que há alguns (“muito poucos”) mestres que não se deixam levar pela vaidade e soberba das posições e títulos acadêmicos alcançados. Porém, há um grande número de “mestres” e “doutores” que sucumbem aos elogios, deixam se corromper pelos altos salários e cheios de auto-suficiência começam a demolir doutrinas e costumes sadios do passado em favor das fúteis exigências dos crentes modernos e mundanos.

No meio dos movimentos fundamentalistas atuais observa-se um fato estarrecedor: líderes e seminários fundamentalistas rejeitando seu direito de primogenitura fundamentalista, validado pela genuína separação eclesiástica, voltaram a comer no prato de lentilhas apóstata da convenção batista, que foi rejeitado pelos genuínos líderes que fundaram os movimentos fundamentalistas. Os novos mestres em teologia dos seminários fundamentalistas estão conseguindo seus “mestrados” e “doutorados” aos pés dos mestres neoevangélicos,liberais e carismáticos da Convenção Batista Brasileira, ou de outros seminários bichados pelo liberalismo dos EUA.

Líderes fundamentalistas de todas as denominações fundamentalistas, assistem atônitos a uma onda de afrouxamentos e liberalismo das doutrinas e sãos costumes como nunca tinham visto antes. E perguntamse: o que está acontecendo? A resposta é simples. Veja o histórico abaixo.

A Alemanha, desde a Reforma passou a ser uma espécie de celeiro teológico da humanidade, tanto para bem como para mau. O gráfico que registra o movimento da teologia no mundo é descrito assim. Da Alemanha sai a teologia, que se espalha pela Europa, que chega aos Estados Unidos e dos Estados Unidos se espalha pelo mundo todo. Foi assim que aconteceu com o movimento liberal.

Reconhecida como tendo os melhores graus acadêmicos em teologia do mundo, as universidades teológicas alemãs atraiam estudantes de teologia de todo mundo. Eles queriam que seu mestrado e doutorado fossem validados pelos “maiores” mestres de teologia do mundo. O problema é que os mestres de teologia alemã haviam criado o movimento, chamado de liberalismo teológico e também, chamado de modernismo. Este vil movimento negava quase todas as doutrinas vitais da Bíblia. Negava, a inspiração da Bíblia (para eles era um bom livro religioso de autoria humana); Negava a divindade, nascimento virginal, salvação vicária de Cristo; Negava a escatologia bíblica: inferno, profecias sobre a volta de Cristo; Adotava uma moralidade muitíssimo baixa e equivalente a do mundo; etc...

Enquanto, nos Estados Unidos, antes de ser corrompida pelo liberalismo teológico da Alemanha, a Convenção Batista americana crescia a largos passos. Igrejas fortes, missionárias e com um padrão cristão bíblico saudável; Seus seminários atingiram um bom nível acadêmico. Suas missões conseguiam mandar missionários para o mundo todo. Tudo parecia bem. Até que alguns líderes, reitores e professores de seminários decidiram que precisavam elevar o “grau acadêmico” de seus seminários e mestres. Cobiçaram o “saber” prometido pela serpente, pois o que a Bíblia dava já não era suficiente. Então, começou a peregrinação de pastores e professores americanos para a Alemanha. Todos queriam voltar “mestres” e “doutores”. De fato, foram, ainda tendo respeito pela sã doutrina, mas voltaram bichados com o vírus do liberalismo teológico. Do alto de seus “mestrados” e “doutorados”, falando bonito e de modo sedutor, tentando agradar e coçar os ouvidos carnais dos crentes nominais das igrejas sedentas por afrouxamento, em pouco tempo contaminaram quase toda a convenção batista com seu vírus fatal. Conseguiram os mais altos postos da denominação. Porém, quando pastores e líderes fiéis à sã doutrina começaram a reagir (“tardiamente”) foram perseguidos, ridicularizados (chamados de radicais, “sem amor”, contrários a cultura ou estudo), levados ao isolamento, e muitos outros foram expulsos. Os movimentos batistas fundamentalistas que existem hoje, quase todos foram criados após a constatação de que a Convenção Batista Americana tinha irremediavelmente apostatado da fé e sucumbido ao liberalismo moral e teológico. Por isso, os líderes
fiés a sã doutrina da época decidiram sair da apóstata convenção batista e criar denominações fundamentalistas com sua própria extrutura denominacional. A extrututa inteira da convenção estava apodrecida, nada dava para aproveitar. Suas missões, acampamentos, seminários, faculdades teológicas, tudo estava contaminado com o vírus fatal do liberalismo moral e teológico.

Por isso, para não cair no mesmo erro da convenção que se auto destruiu ao mandar seus alunos para os apóstatas mestrados e doutorados alemães, os líderes fundamentalistas decidiram que não mandariam nenhum de seus futuros obreiros para seminários e faculdades de pós-graduação da convenção batista brasileira ou de qualquer movimento não genuinamente Batista Fundamentalista.

Um exemplo deste fato histórico são os Batistas Regulares. A Associação de Batistas Regulares dos EUA se separou definitivamente da convenção batista americana em 1939, porque não dava para permanecer nela e cooperar com ela sem se tornar cúmplice da sua vil apostasia e liberalismo, além, do fato comprovado, que estudantes de seminários neo-evangélicos e liberais voltam contaminados pelos mesmos. Ao chegarem ao Brasil, os primeiros missionários Batistas Regulares já encontraram a extrutura denominacional da Convenção Batista Brasileira toda montada, com seminários, acampamentos, missões, etc.

Seguindo a lei do menor esforço e do “levar vantagem”, bastaria que aqueles misionários usarem a desculpa de que não iriam perder tempo e recursos fundando seminários, quando já existiam seminários “batistas” no Brasil. E com uma falsa desculpa “piedosa” dizerem, vamos ocupar nosso tempo em “ganhar almas”. Porém, aqueles heróis da fé, verdadeiros fundamentalistas bíblicos, não quiseram “levar vantagem” e rejeitaram toda a extrutura denominacional da convenção e se determinaram a construir uma extrutura genuinamente fundamentalista bíblica. Por isso seria absurdo, para esses primeiros missionários Batistas Regulares, mandar futuros obreiros das igrejas Batistas Regulares obterem sua preparação teológica em seminários Batistas da Convenção.

Lamentavelmente, os tempos são outros. Alguns missionários, diretores e deãos acadêmicos de seminários não querem ter o esforço de criarem seus próprios cursos de pós-graduação, e praticando a “Lei de Gerson” (“levar vantagem”) tentam se aproveitar dos seminários e cursos de pós-graduação da apóstata Convenção Batista Brasileira. Com o passar do tempo a Convenção em nada melhorou, ao contrário, em tudo piorou, no que concerne a sã doutrina e sadias práticas bíblicas. Voltar a ela é comer no prato que vomitou. Contudo, reitores e deãos acadêmicos de seminários que ainda teimam incoerentemente em se dizerem fundamentalistas bíblicos, agindo de um modo absurdo, revelando completa cegueira dos fatos históricos do passado e implicações históricas quanto ao futuro estão mandando seus alunos e professores de volta aos seminários e faculdades teológicas da Convenção Batista Brasileira. Eu fico extremamente decepcionado com tamanha falta de visão histórica e teológica. Isto é uma traíção ao verdadeiro fundamentalismo bíblico.Isto é se tornar cúmplice da apostasia, do ecumenismo, do caos e confusão das igrejas fundamentalistas. Professores, mestres e doutores de movimentos fundamentalistas, que vão receber seus mestrados e doutorados de seminários e cursos de pós-graduação neo-vangélicos, ecumênicos, carismáticos e até com claras posições liberais, voltam para seus movimentos bichados teologicamente. Continuam a se enganarem a  si mesmos e aos não esclarecidos de que são fundamentalistas, mas de fato, eles mesmos não sabem mais o que são. Confusos, só podem promover confusão. Relutam tremendamente em tomar posição clara em relação a antigas posições teológicas e práticas que já são históricas e fartamente alicerçadas pela Bíblia.

Estes novos “mestres” e “doutores” em teologia tentam até ser sinceros consigo mesmos, lutam e se debatem por algum tempo, para depois entregarem os pontos ao inimigo. Conheci alguns colegas meus de seminário que sairam de seus cursos teológicos firmados na sã doutrina, com posição bem firmada contra o ecumenismo e contra o ataque a suficiência Bíblica feita pelo carismatismo. Após voltarem de seus “mestrados” começaram a sempre ficar neutros quanto a esses assuntos e finalmente um deles me disse: “não creio mais na doutrina da separação eclesiástica e nem que os dons carismáticos exercitados pelos pentecostais passaram”. Outro “mestre” que recebeu seu mestrado na convenção e é professor de um seminário  undamentalista, revelando sua cegueira e espírito inconsequente, admitiu que não via problema nenhum em um pentecostal estudar e se formar em um seminário fundamentalista, ou seja, que esse ecumenismo com o pentecostalismo em nada afetaria a posição fundamentalista. Logo, muitos concordaram com ele. O que se percebe, à medida que nos aproximamos do arrebatamento e da volta de Nosso Senhor é que os ventos de afrouxamento que conduzem a apostasia sopram fortes quase ao nível de furacão. Outro dia estive refletindo sobre algumas doutrinas e práticas que me ensinaram no passado como coisas dignas de se ensinar e lutar por elas, mas que agora se tornam “ensinos controvertidos”. Por exemplo:

- Alguém me falou que um destes “mestres de seminário” lhe disse que se o maçon não for militante não veria problema em aceitá-lo no rol de membros de sua igreja.

- Outro disse que anteriormente (creio que antes de seu mestrado na convenção) sua posição era que o divórcio não desfazia o casamento e que todo recasamento era adultério, porém agora ele acha  sempre um meio de desculpar e sacramentar qualquer divórcio e recasamento.


Nesta reflexão desejo despertar estes amados irmãos culpados do que falei acima para que voltem ao fundamentalismo bíblico genuíno, enquanto é tempo.

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